sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sofisticação das grandes adegas chega a Teixeira de Freitas


Os amantes da boa culinária têm agora mais um motivo para ficarem entusiasmados. O restaurante Chef Mario inaugurado em maio deste ano em Teixeira de Freitas, criou um novo espaço voltado para os enólogos e apreciadores de um bom vinho. A inauguração da adega aconteceu no dia 16 de setembro, com participação do especialista em vinhos e diretor da Casas Valduga, João Valduga.

Durante a inauguração o enólogo fez uma exposição sobre os vinhos e suas particularidades, falando da produção, dos tipos, dos sabores, dos cuidados para guardá-los, até a cultura das uvas. Valduga também treinou sommeliers da casa, agora responsáveis por indicar vinhos aos convidados.

A adega fica anexa ao próprio restaurante e os vinhos estão acomodados em casas de madeiras e em um ambiente climatizado. Dentre as opções de vinhos, estarão os chilenos, argentinos, portugueses e outras marcas especiais. Além da adega, uma delicatessen, com produtos típicos italianos, funcionará no mesmo espaço. O vinho poderá ser retirado pelo próprio consumidor que poderá fazer as refeições na adega.

A proprietária do Chef Mario, Tânia Bendende, explica que a iniciativa em expandir para esse segmento partiu do Mario, que é um grande apreciador de vinhos. Ainda segundo Tânia a adega é algo positivo não só economicamente, “estamos oferecendo algo que apreciamos e ter uma adega em nosso estabelecimento é algo maravilhoso”, ressalta.

João Valduga destacou a visão empreendedora de Mario e falou sobre a importância do vinho, “o vinho representa acima de tudo qualidade de vida e na visão empreendedora agrega valores”, afirmou.




João Valduga

Filho de Luiz Valduga fundador da famosa marca, João Valduga acompanhou in loco a evolução da vinícola desde os processos artesanais, até os dias de hoje, com utilização das mais modernas tecnologias na elaboração de alguns dos mais apreciados e premiados vinhos nacionais.
Enólogo formado pela Escola Agrotécnica Federal Presidente Juscelino Kubitschek, sua formação técnica inclui trabalho de 23 anos como pesquisador da Embrapa na área vitícola e enológica. Bacharel em Economia, atualmente, João Valduga desempenha as funções de Diretor Técnico da Casa Valduga.

Tradição

No final do século 19, a família Valduga chegou ao Brasil, vinda da cidade de Rovereto, na Itália, em 1875, e logo cultivaram os primeiros parreirais em meio ao Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul.

Três gerações depois, os investimentos em qualidade e tecnologia cresceram e os prêmios multiplicaram-se pelo mundo. A marca que leva o nome da família transformou-se em símbolo e padrão de excelência.

Hoje, a vinícola é comandada pelos irmãos Erielso, Juarez e João Valduga, que continuam a transmitir a paixão pelo vinho a seus descendentes.
Texto e fotos João Pereira

Esporte elitizado conquista desportistas teixeirenses


O tênis é um esporte de origem francesa e praticado em quadras geralmente abertas e de superfícies sintéticas, cimento, relva ou saibro. Geralmente é disputado por uma ou duas duplas. Esse esporte até então praticado pelas elites e popularizado por Guga, o maior tenista brasileiro, enfim chega a Teixeira de Freitas, conquistando atletas de todas as idades. A primeira quadra foi construída em 2008 e, hoje, com 12 quadras, conta com quase 800 alunos inscritos.
Apesar de não ser barato construir quadras de tênis, ele tem se multiplicado em nossa cidade. Hoje já temos três empresas voltadas para o esporte: Calil Tênis Camping no espaço Alessandro Gol, com duas quadras; TTC - Teixeira Tênis Clube, em frente ao Colégio Integração, com quatro quadras, e o Planeta Tênis, em frente ao Posto Ipiranga BR-101, com quatro quadras e mais duas em fase de construção. As duas primeiras no bairro Monte Castelo e a terceira no bairro Jerusalém. Todas elas de saibro, uma superfície de terreno que mistura argila e areia.

O público alvo é bem amplo, tendo como idade mínima cinco anos e máxima o que o corpo permitir, reservados os cuidados adequados para cada idade. Segundo Flávia Freire, professora do Calil Tênis, só nesse fim de semana praticantes do esporte trouxeram oito troféus, participando de torneios em cidades circunvizinhas. Ainda segundo ela, dentre seus alunos se destaca Kawã Freire, de nove anos de idade, que já conquistou 22 títulos pela Bahia e foi campeão do Torneio Brasileiro no Rio de Janeiro, categoria Play Stay, para crianças de até 10 anos de idade.
Sempre há torneios em Teixeira de Freitas, porém o mais famoso é o Teixeira Open de Tênis no TTC. Este fim de semana tem um torneio no Planeta Tênis com pontuação para o ranking baiano. O esporte é regulamentado pela FBT - Federação Baiana de Tênis e CBT - Confederação Brasileira de Tênis.

Segundo Sandro Marques, publicitário e atleta, o esporte não é tão elitizado assim. “Hoje com a estabilidade econômica, pode-se comprar uma raquete excelente por R$ 400,00 e dividir em 10 vezes. Se houvesse quadras públicas o esporte poderia ser mais popular, já que a locação pode pesar no bolso do atleta”. O atleta também precisa adquirir calçado apropriado, uma raquete e alguns acessórios que dependerá da característica, idade e estágio de cada um.

Texto Rubens Floriano
Fotos João Pereira

domingo, 12 de setembro de 2010

Primeiro Concurso Miss Terceira Idade de Teixeira de Freitas


A beleza da melhor idade
Num fim de tarde de um sábado como outro qualquer, 09 de setembro de 2010, fui fazer a cobertura de um evento no Campus X da Universidade da Bahia – UNEB, em Teixeira de Freitas. Pensei tratar-se de um evento sem graça e monótono. Era um desfile para eleição da Miss Terceiro Idade de Teixeira de Freitas. Auditório repleto de familiares das candidatas, professores e funcionários do Campus e alguns convidados.

Mal o desfile começou e percebi a magia daquilo tudo: eram senhoras de 55 a 77 anos de idade, desfilando com graça, leveza e totalmente harmoniosas. A apresentadora do evento, Professora Marinez França, também coordenadora do Projeto Cevite – Campus X, Educação, Vida e Terceira Idade – fez um pequeno relato das atividades desenvolvidas pelo projeto pioneiro em nossa cidade. Uma dessas atividades é a eleição da Miss Terceira Idade.

Sentei-me perto de umas mulheres que se mostravam muito interessadas no forró que finalizaria o desfile. Cada uma tinha sua candidata preferida, escolhida como representante de cada oficina. Eram 10 candidatas ao todo. A princípio desfilaram moda praia, com cangas ou saída de praia, usando roupas cedidas por uma loja de modas, parceira do evento. A decoração do local foi uma contribuição de um decorador local. Num segundo momento, desfilaram com roupa de festa e foi surpreendente a desenvoltura e a elegância com que o fizeram. Lina Binachini, manequim profissional, treinou as candidatas.



A platéia, animadíssima, em momento algum mostrou preferência por essa ou aquela candidata o que as deixou totalmente à vontade. Após o desfile, cada candidata se expressou oralmente perante os jurados e foi comovente ouvir os relatos de cada uma ressaltando a importância do Cevite em suas vidas. Senti-me privilegiada por estar ali, registrando um acontecimento tão singelo e enriquecedor.

As candidatas

As candidatas foram: Maria Conceição Gonçalves, 59 anos, casada, professora aposentada; Maria José Medeiros, 77 anos, viúva, professora aposentada; Almerinda Alves Oliveira, 56 anos, casada; Enedina Mendes Fernandes, 56 anos, casada; Francisca Barbosa Souza, 62 anos, viúva, aposentada; Maria José Lago, 65 anos, casada; Lafira Monteiro, 55 anos, solteira, enfermeira aposentada; Carmem Consuelo Araújo, 68 anos, casada, professora aposentada; Benedita Edna Gomes, 70 anos, costureira; e Maria Celina Araújo, 55 anos, casada. Maria José Lago, a vencedora.

O júri formado pelas professoras Nelcida, Izaura, Nalva e Noêmia e, pelos professores Miro e Valfredo, elegeram Maria José Lago a Miss Terceira Idade de Teixeira de Freitas, devidamente coroada, com direito a faixa e ramalhete de flores como toda miss. Ainda nessa semana, Maria José participará em Salvador do concurso Miss Terceira Idade da Bahia, onde as candidatas representantes de cada cidade farão um passeio turístico.

Projeto Cevite

O Cevite é um programa de extensão universitária que existe há 13 anos, com oficinas objetivando a reinserção social, voltado para a comunidade local, geralmente pessoas menos favorecidas de ambos os sexos, com predominância do sexo feminino. Mais de 600 pessoas já foram atendidas e algumas delas conseguiram sua primeira fonte de renda com o que aprendeu nas oficinas, além de elevarem a auto-estima formando grupos de amigos para passeios e lazer. O projeto funciona de segunda a sexta feira, com oficinas de artesanatos, escolarização, trabalhos terapêuticos, atividade física e inclusão digital. A única exigência é que os interessados tenham mais de 55 anos de idade, com custo zero para os participantes, com o objetivo de tornar a vida mais feliz. Esse é o primeiro trabalho do gênero em Teixeira de Freitas, sendo que outros surgiram posteriormente.

Por Marlene Rocha
Fotos Michele Ribeiro

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Crescimento do comércio em Teixeira de Freitas

Teixeira de Freitas é considerado o maior pólo comercial do Extremo Sul. Mesmo quando era um simples povoado no início dos anos 60 já fazia diferença; nos anos 70 o povoado já registrava um movimento comercial respeitável e servia como alternativa para aqueles que não podiam ir à Nanuque-MG ou outras cidades da região.
Neste período foram chegando ao povoado vários cidadãos com forte espírito empreendedor. A partir de 1970, já estava no contexto local o Supermercado Brasil, a Casa Morbeck, o Armarinho Caçula, Casa Leuza, a Casa e Oficina Monark, Farmácia Alcobaça, Supermercado Figueiredo, Salão Castro Alves, dentre outros.

Em 1962, no mês de junho, a Casa Leuza foi inaugurada em Teixeira de Freitas. E, neste mês está comemorando 48 anos de portas abertas. O fundador foi seu Egberto Rabelo Pina que acreditou na cidade e foi um dos primeiros a chegar aqui em 1957. Seu Beto da Casa Leuza faleceu em 2007, e o seu filho Egberto Rabelo Pina Filho e sua mãe Inah Gonçalves Pina, deram continuidade ao negócio da família.
Segundo Egberto Filho, “o comércio mudou completamente, as necessidades também mudaram e hoje Teixeira é um pólo. Tivemos que nos adaptar. Lembro que na minha infância vendíamos de tudo, onde chamávamos de secos e molhados, porém hoje tivemos que escolher um segmento. Mas, foi mesmo nos últimos 10 anos que a cidade cresceu demais, superando todas as expectativas. Hoje a loja para mim e minha família é tudo, supre nossas necessidades. Sou feliz aqui, e não pretendo sair”.

Um dos primeiros barbeiros de Teixeira Freitas foi o senhor Otacílio Barbosa dos Santos, que veio de Minas Gerais em 1968, e há 42 anos tem seu comércio, o salão Castro Alves, onde trabalha até hoje. Ele afirma que a diferença do povoado daquela época para a cidade de hoje é de água para vinho. Hoje a cidade tem tudo. Quando ele chegou por aqui, nem energia tinha, ele usava apenas navalha, e agora usa máquina elétrica e a navalha é só para acabamento. O senhor Otacílio está com 90 anos, trabalha ativamente no salão, tem orgulho em contar sua historia. Diz ser uma pessoa muito feliz, cheio de vida, pai de 14 filhos do primeiro casamento. Criou seus filhos com o seu suor, e ainda mantém sua segunda esposa com o salão. “Graças a Deus criei meus filhos aqui. Minha primeira esposa faleceu nessa casa, e me casei novamente e sou muito feliz nesse mesmo local”, acrescentou com orgulho o barbeiro Otacílio.
Em 1969, chega à cidade seu Oto Morbeck da casa Morbeck Secos e Molhados. E, é justamente assim que o comércio é chamado até hoje, do jeito que construiu continua, nunca mudou nada de lugar. E assim tem 41 anos de comércio. “Quando cheguei aqui tudo era melhor, no comércio vendíamos bem, só que foi chegando mais empresas e aumentou a concorrência, mesmo assim consegui constituir alguns bens, e sustendo minha família. Dentro do meu estabelecimento nunca mudei nada, do jeito que construí continuou e será assim até eu morrer. Gosto demais dessa cidade, sou grato por tudo. Acompanhei o crescimento como se fosse de um filho”. Disse Oto Morbeck, 77 anos.

Muitas mulheres empreendedoras também fizeram história, participaram ativamente do desenvolvimento comercial da região. Uma dessas guerreiras é Maria das Dores Medeiros de Almeida, de família tradicional na região. A sua loja, Dandi Modas, foi inaugurada há 25 anos em frente à casa Leuza. O seu objetivo era atender uma clientela mais exigente, com roupas e marcas reconhecidas e de excelente qualidade. Dandi Modas comemora 25 anos, sendo 14 no endereço atual, na Avenida Marechal Castelo Branco. Carinhosamente chamada de Dandi, Maria das Dores em entrevista nos disse: “De quando inaugurei a loja para cá o comércio cresceu muito e a concorrência também. Automaticamente a clientela aumentou, e com tudo isso, ganhei novos clientes, mais tenho ainda aqueles que me acompanham desde quando inaugurei. Acredito em Teixeira de Freitas, por isso busco deixar a Dandi Modas sempre bonita, bem iluminada, com novidades e exclusividade em mercadorias, assim satisfazemos Teixeira e região”. Dandi prioriza muito a excelência em seu atendimento.

Outra mulher que fez e ainda faz história em Teixeira e região é a Irá Lemos, da Preferida Modas, situada na Marechal Castelo Branco, que inaugurou a loja de moda masculina e feminina em 1976, quando chegou à cidade, há 34 anos.
“Sei que a concorrência aumentou, no entanto também chegou a oferta e a procura. Atualmente se fala muito em moda nos meios de comunicação e isso tudo ajuda nas vendas. O crescimento de Teixeira de Freitas é assustador, pena que falta a estrutura para receber tanta gente, principalmente a classe mais humilde, porque acaba chegando e não conseguindo um espaço e se envolvem nas coisas ruins, como droga, prostituição, roubo. Tudo isso nos deixa triste. Sei que falta mesmo é planejamento. Outro exemplo disso é nosso trânsito que é caótico. Apesar de tudo isso o amor por Teixeira, por ser tão acolhedora é imenso. Sou muito feliz aqui e já consegui expandir minha loja. além da Preferida, temos agora também a HOMMEM.COM. Por essas e outras coisas boas é que nunca passou pela minha cabeça sair dessa minha cidade”, afirmou Irá Lemos.

Conversamos também com Vânia Aparecida Panhassi Simão e sua filha Paula Viviane, elas que são proprietárias da Padaria Pão Gostoso na Avenida Presidente Getúlio Vargas, há 27 anos vieram do interior de São Paulo.
“Eu já tinha parentes aqui. Quando meu marido José Paulo foi transferido para cá pela empresa que ele trabalhava, acabamos gostando muito do comércio da cidade. Aqui tivemos a oportunidade de comprar a padaria, e graças a Deus deu certo. Estamos aqui até hoje, ampliamos e reformamos o nosso estabelecimento e a cada dia buscamos melhorar. Teixeira merece o melhor. A única coisa que nos preocupa é apenas a segurança no comércio. Não temos nenhuma pretensão de mudar de ramo e tão pouco sair de Teixeira. Aqui nasceram meus filhos, meu neto, somos felizes aqui”, contou-nos orgulhosa Vânia Panhassi.

Não podemos esquecer que vários profissionais liberais em áreas diversificadas também contribuíram para o progresso em Teixeira de Freitas, abrindo lojas e aqui permanecendo, como: José Caliman, Alair Camilo, Luiz Carlos Tavares dentre outros. Todos eles são fortes comerciantes nas áreas de eletrônicos, material fotográfico e de derivados de madeira, além de serem fazendeiros e proprietários de imóveis.

Entrevistamos o senhor Luiz Carlos Tavares, morador de Teixeira de Freitas há 38 anos. Ele veio do Espírito Santo onde era empregado de balcão. Resolveu fazer um passeio na cidade de Teixeira e gostou. Acabou montando um estabelecimento tipo uma mercearia, e em pouco tempo transformou em um armazém, que ficava localizado onde atualmente é a loja Nova Brasília. Foi crescendo, começou a comprar gado e os colocava na terra de amigos. Sentiu então a necessidade de comprar um pedaço de terra, e acabou alugando seu ponto e passou a trabalhar só com fazenda. Luiz fez história como comerciante, fazendeiro e hoje é um grande empreendedor. “Teixeira era um lugar tranquilo. Naquela época circulava dinheiro e não tinha concorrência e hoje todos chegam, abrem comércio e a concorrência é muito grande. Com isso veio a violência, porém, mesmo com tudo isso, não tenho pretensões de sair daqui. O que tenho, constituí nessa cidade e vou morrer aqui”, declarou Luiz, 62 anos.
Teixeira de Freitas, atualmente, tem mais de mil pontos comerciais, além de mais de quatro mil empregos diretos, sem contar com os informais que acabam escapando das estatísticas.
A cada dia chegam novos empreendedores que estão contribuindo para Teixeira de Freitas ser referencial em todo o país. Sabemos que não é por acaso que grandes empresas nacionalmente conhecidas já estão se instalando na cidade e outras já ensaiam a sua chegada. E é por isso que esta cidade tem sido importante para realização e consolidação de muitos sonhos.

Texto e fotos de Mirian Ferreira

terça-feira, 1 de junho de 2010

Fazenda Cascata - Patrimônio histórico, cultural e ambiental da região

A Fazenda Cascata fica a seis quilômetros de Teixeira de Freitas, às margens da BA-290, a caminho de Alcobaça e Caravelas. Há mais de dez anos existe uma proposta da “Fundação Quincas Neto”, de revitalização e socialização do patrimônio histórico, cultural e ambiental existente na área da fazenda.
Um dos argumentos do Projeto que é de 1996, é de que “a Fazenda Cascata “guarda” num único ambiente, a mostra de vários ciclos econômicos – cultura do café, cultura do cacau, cultura da mandioca, desmatamento para implantação de pastagens para a pecuária, o início da atividade comercial e os primitivos meios de transporte – desde a segunda metade do século XX”. Mais de dez anos se passaram e o projeto ainda não obteve aprovação. Isso trouxe graves prejuízos para o sítio histórico que a cada ano se deteriora, ficando cada vez mais difícil sua revitalização.
Sem dúvida alguma, a Fazenda Cascata é muito importante para a memória histórica e sócio-cultural da região, visto que, segundo parecer técnico da vistoria feita no local pelo Departamento de Ciências Biológicas Francisco de Castro Bonfim Jr. e pelo Departamento da Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC, trata-se de “importante sítio arqueológico de grupos pré-históricos que habitaram a região em épocas remotas”.
A Fazenda Cascata apresenta edificações já bem castigadas pelo tempo e que precisam urgentemente de uma intervenção e posterior restauração. São edificações tais como:
• Um sobrado que é um raro exemplar das casas sede das fazendas do século XIX;
• Uma casa de farinha, com o maquinário utilizado para o beneficiamento da mandioca;
• Estufa e barcaças da época em que a vocação comercial da região se diversificou por causa da decadência cafeeira;
• Uma venda, toda em madeira de lei, representando o marco comercial da região;
• Capela, onde se realizava manifestações religiosas;
• Tulha, espécie de depósito para armazenar grãos;
• Duas escolas, sendo que uma implantada e estadualizada na década de 30;
• Carcaça de uma embarcação que servia de transporte da produção agrícola da fazenda até Alcobaça, via Rio Itanhém;
• Casa de arreios, que era utilizada para guardar cangalhas, balaios, cangas e carros de bois;
• Casinhas de madeira que funcionavam como local de pouso dos tropeiros.
Todas as informações aqui citadas foram obtidas em conversas com o proprietário da fazenda, Sr. José Sérgio e através da cópia da proposta de revitalização do patrimônio histórico ali existente.
Numa pesquisa de campo verificamos que houve uma quebra do caráter histórico ao construírem ali uma piscina, descaracterizando o sítio histórico colonial da fazenda. Verificamos também que todo o patrimônio encontra-se interditado por risco de desmoronamento.
É visível o descaso com a preservação de área tão importante que, se resgatada e restaurada, servirá de marco histórico com grande acervo arquitetônico, podendo ser usado tanto como ponto turístico quanto como aula viva para estudantes de toda a região, tornando-se um laboratório de pesquisas e estudos. Clamamos aqui ao Poder Público e à população que se mobilizem e salvem a Fazenda Cascata em nome da preservação da história do nosso município.

Pesquisa de campo: João Pereira, Marlene Rocha e Mírian Ferreira
Texto: Marlene Rocha

Fotos: João Pereira e Marlene Rocha

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Acervo Documental - Publicações em jornais

domingo, 30 de maio de 2010

Exploração sexual de crianças e adolescentes



“Faça bonito, denuncie” sob esse tema, a Secretaria de Assistência Social de Teixeira de Freitas/BA, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e em parceria com a Comissão de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes realiza ações de educação, reflexão e conscientização da sociedade em repúdio aos abusos e explorações sexuais que muitas crianças sofrem no município. Em 30 de abril de 2010, foi realizado um seminário, em 16 de maio, houve show e apresentação cultural na Praça da Bíblia e em 18 de maio houve uma passeata pelas principais ruas e avenidas da cidade. Essas mobilizações são alusivas ao dia 18 de maio- Dia Nacional de Luta contra o Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Em Teixeira de Freitas, a Comissão de Enfrentamento é formada por representantes da sociedade civil, incluindo igrejas e entidades do município, como Secretarias, Ministério Público, Juizado da Infância e Juventude, Polícias Civil e Militar, Conselho Estadual dos Direitos da Criança e Adolescente (Condeca) entre outros. Essa comissão é responsável por mobilizar a sociedade junto ao CREAS e focar em meios de combater o problema.

O CREAS de Teixeira de Freitas costuma realizar ações neste sentido três vezes ao ano, sendo uma em dezembro, uma em maio e outra na metade do ano. Segundo a atual coordenadora do CREAS em Teixeira de Freitas, Quitéria Rodrigues Costa, entre janeiro e abril de 2010, foram denunciados 46 novos casos, só no município, um número que deixa o CREAS com grande demanda, segundo ela. “Às vezes nos questionamos se são os casos que estão aumentando, ou se são as pessoas que estão denunciando mais”, diz Permíndio Filho, presidente do CONDECA Teixeira de Freitas.

Permíndio complementa dizendo que as denúncias são muito importantes, mas que tão importante quanto denunciar é ter mecanismos para responder a essas situações, “a Cláudia tem feito um belíssimo trabalho quanto a isso à frente da pasta”, falou ele em relação ao trabalho da atual secretária de assistência social do município, Cláudia Pereira.

O Governo Federal disponibiliza importantes canais de denúncia, como o disque 100 e agora mais recente e ainda em fase de implantação o Portal Cipia, pelo endereço eletrônico www.cipia.org.br. Tanto o Condeca, quanto o Ministério Público e Juízes terão senhas para verificarem as denúncias e os trabalhos feitos acerca de cada caso, além disso, o próprio denunciante poderá verificar o andamento dado às denúncias.

Caminhada marca Dia de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual em Teixeira de Freitas

A caminhada realizada em Teixeira de Freitas, em 18 de maio de 2010, foi uma iniciativa do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e da Comissão Municipal de Enfrentamento a Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.

Às 09h uma aglomeração de pessoas vestidas em camisetas alaranjadas e tremulando banderolas já estava reunida na Praça da Prefeitura, pouco tempo depois, já em maior número, os manifestantes da boa causa tomaram as ruas. Ao som da música de Roberto Carlos e Erasmo, “É preciso saber viver” e de alertas como: “Esquecer é permitir, lembrar é combater”, a passeata seguiu e foi assim até chegar à Praça dos Leões ponto de encerramento da mobilização.

A comissão

A Comissão Municipal de Enfrentamento é composta pelo Juizado da Infância e Adolescência, Ministério Público, Promotoria da Infância e Juventude, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA), Conselho Tutelar, Defensoria Pública, Pastoral da Criança, Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Delegacia da Mulher (DEAM), Polícia Militar, Pastoral da Juventude, Secretaria Municipal de Educação e Cultura, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Assistência Social, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo, Igreja Batista Central, Espaço Cultural da Paz, Casa da Criança Renascer, Universidade do Estado da Bahia (UNEB campus X), Faculdade Pitágoras, Faculdade do Sul da Bahia (FASB), Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Câmara de Vereadores, Diretoria Regional de Ensino (DIREC 09) e Associação Asas da Esperança e Liberdade (Aselias).


Reportagens extraídas do Sul Bahia News

Textos: Michele Ribeiro